sexta-feira, 27 de janeiro de 2012

Alienação espetacular

A alienação do espectador em proveito do objeto contemplado (que é o resultado da sua própria atividade inconsciente)  exprime-se assim: quanto mais ele contempla, menos vive; quanto mais aceita reconhecer-se nas imagens dominates da necessidade, menos ele compreende a sua própria existência e o seu próprio desejo. A exterioridade do espetáculo em relação ao homem que age aparece nisto, os seus próprios gestos já não são seus, mas de um outro que lhos apresenta.

Eis porque o espectador não se sente em casa em parte alguma, porque o espetáculo está em toda parte.
Guy Debord - A Sociedade do Espetáculo

quinta-feira, 26 de janeiro de 2012

Revolución

Cavalheiros, o tempo de nossa vida é curto. Se vivemos, vivemos para arrancar cabeças de reis.

William Shakespeare

terça-feira, 24 de janeiro de 2012

A frescura universal

    Frescos. É literalmente a forma que podemos classificar a sociedade moderna. A tempos já vinha pensando comigo mesmo sobre esse "novo" objeto criado no século XX o qual parece ser atualmente um produto imprescindível para a vida humana: o ar condicionado. Com base no conceito de hiper-realidade o ar condicionado é um claro exemplo dessa realidade mais real do que a própria realidade. Vejamos por exemplo os shopping centres: onde todo o sistema de ar é criado e simulado (não só isso), um mundo à parte da realidade lá fora. Enquanto nas ruas ao redor desses centros de compras onde a temperatura está 30º celsius e crianças pedem esmolas na porta, do lado de dentro as pessoas vivem num mundo de fantasia: luzes, temperatura e imagens criadas e simuladas, a hiper-realidade.

    Hoje em dia parece que viver sem um ar condicionado é quase um crime e uma afronta aos direitos humanos. Nas residências, automóveis, empresas, escritório, lojas, farmácias, supermercados, cinemas e tudo mais está lá o bendito aparelho. Podemos até dizer que que a maioria das pessoas vive mais tempo nesse ambiente simulado do que no mundo real, e isso não é nenhum espanto... Jean Baudrillard já anunciava isso décadas atrás.

    Eu vejo as pessoas reclamando e realmente ficando irritadas com o calor insuportável que faz la fora e aquele local ao qual foram e que não tinha ar condicionado e passaram um calor infernal, uma verdadeira ofensa à sua dignidade. Parece um absurdo e quase inacreditável lembra-lás que o homem viveu sem essa invenção moderna a milhares de anos, e pior: em climas ainda mais quentes que o nosso! Um rapaz esses dias disse: "nossa como as outras pessoas trabalham antes nessa sala sem ar condicionado?" eu tive vontade de dizer: ué, morreram todas de calor é claro! O leitor entende a ironia: simplesmente as pessoas viviam, trabalhavam e faziam suas coisas normalmente, inacreditávelmente sem ares-condicionados!

    Esse então é meu manifesto contra mais esse objeto que foi elevado ao posto de indispensável à vida humana, essa necessidade inventada pela propaganda a serviço do capitalismo e do consumismo. Pare de frescuras. Viva o frio do inverno quando é inverno, o calor, vale lembrar: NATURAL, do verão quando é verão! Vamos sentir as estações, e não ficar passando frio quando é verão e calor quando é inverno graças a essa engenhoca moderna chamada ar-condicionado. Quem sabe se não tivéssemos inventando o ar condicionado e todo o processo de degradação que ele gera ao planeta para ser fabricado o mundo não estaria tão quente. Pare de viver num mundo criado, simulado e hiper real para viver nas reais e verdadeiras temperaturas ou seja lá o que for... antes bastava ao homem a brisa soprando, depois os leques abanando, depois o ventilador ventilando, hoje os ares-condicionados condicionando, e parece que logo mais, nem isso vai bastar! Frescos, somos todos.

sexta-feira, 20 de janeiro de 2012

Ideais

Para Baudrillard na atual sociedade de consumo a realidade é um local onde somente a ideia será consumida, a cultura da ideia de cultura, e não a própria cultura, ou a ideia de revolução, mas não a própria revolução e assim sucessivamente. Vide as pseudo revoluções e campanhas disseminadas através das redes sociais. Ficam tão somente no campo das idéias.

quarta-feira, 18 de janeiro de 2012

Viva o Show!

É mais fácil a massa deixar de assistir Big Brother Brasil e ir se preocupar com as coisas que realmente importam do que o Ministério Público cancelar o programa, o show não pode parar!

terça-feira, 17 de janeiro de 2012

Propaganda, Felicidade e Consumo

O presente artigo mostra, como Jean Baudrillard, analisa a relação da felicidade, propaganda e consumo no livro “A Sociedade de Consumo”. Faz-se também uma relação com posições dos apocalípticos e a postura dos integrados conforme análise de Umberto Eco. A categoria de Jürgen Habermas, mundo vivido, é mostrada como uma possibilidade de superar o consumismo da cultura industrial.

    O que pode trazer felicidade no mundo contemporâneo? Sobre esta questão, o filósofo francês Jean Baudrillard é claro: “(...) o miraculoso do consumo serve (...) de sinais de felicidade (BAUDRILLARD, 1995, pág. 22). Consumir é a atividade pregada como o que pode trazer as satisfações e realizações últimas da existência humana nas sociedades baseadas na acumulação de riqueza pelos donos dos meios de produção. Consumo e felicidade associam-se quando a cultura industrial mostra, em suas produções (novelas, filmes, propagandas, videoclipes), personagens realizados porque adquiriram algum objeto material. A realização plena está condicionada a ter algo que  se torna também espiritualmente necessário. Ter a roupa da última moda, o modelo mais novo do carro, o cartão de crédito ilimitado, fazer a viagem ao destino mais procurado, ir à festa mais esperada, adquirir o celular e o computador pessoal mais avançados representa muito mais do que prestígio, riqueza e poder. Significam objetos através dos quais se podem alcançar os modelos de felicidade. Os reclames da cultura industrial são evidentes: quando se tem se é feliz com os amigos, a família e o trabalho. A isso Baudrillard faz uma comparação.
 "Os indígenas da Melanésia sentiam-se maravilhados com os aviões que passavam no céu. Mas, tais objetos nunca desciam até eles. Só os Brancos conseguiam apanhá-los. A razão estava em que estes possuíam no solo, em certos espaços, objectos semelhantes que atraíam os aviões que voavam. Os indígenas lançaram-seentão a construir um simulacro de avião com ramos e lianas, delimitaram um espaço que iluminavam de noite e puseram-se pacientemente à espera que os verdadeiros aviões ali viessem aterrar"(BAUDRILLARD, 1995, pág. 21).

    Assim, é a sociedade de consumo. Pensase que, imitando o consumo dos personagens das produções da cultura industrial, alcançase a felicidade da qual estes estão interpretando ter. Isso é análogo ao que fazem os indígenas da Melanésia: imitam os aeroportos pensando que assim vão conseguir o pouso dos aviões. Quem consome acreditando que adquiriu a felicidade pode não encontrá-la e assim cair num vazio que só um novo consumo pode resolver. Assim, há uma associação necessária entre ter os objetos e a realização última da existência humana. Isso porque fazer a viagem desejada, ter o carro mais novo, o celular mais avançado, a roupa da última moda não se vai necessariamente ser feliz. O indivíduo pode ter tudo isso que ele considera indispensável para sua realização e continuar com os problemas que o separa da possibilidade de alcançar sua felicidade. É como achar que, adquirindo-se os frascos, leva-se também as verdadeiras essências, mas a existência dos primeiros não necessariamente está condicionada a dos segundos.

    Como a cultura industrial confunde os valores da felicidade e consumo? Baudrillard mostra quatro exemplos que revelam a lógica dessa estruturação: o kitsch, o gadget, o lúdico e corpo. O primeiro é o conjunto de artefatos da tradição de uma determinada cultura que se torna mercadoria de consumo. Fora do contexto de seu significado histórico, o kitsch se transforma em adornos, bugigangas, quinquilharias como estatuetas, bibelôs, colares, biscuit. São objetos que, além de perder seu significado por estarem sendo comercializados fora de seu contexto, não se têm valor de uso. É o consumir por consumir. Para assim, tentar incansavelmente encontrar alguma realização plena. A reciclagem cultural industrializada caracteriza também o kitsch. O que era antigo é relançado como novo alimentando o ciclo vicioso de seguir a moda das tendências atuais mesmo que sejam velhas novidades. Isso garante a circulação do mercado que impossibilita o acúmulo de riqueza pelos consumidores.

    Da mesma forma, mostra-se também o gadget. Alguns produtos que tem utilidade prática passam a ter mais valor pelos seus acessórios que tornam tão importantes ou até mais do que sua função principal. Isso leva a lembrar dos telefones celulares. Para que servem mesmo? Para fazer contas, anotar lembretes, tirar fotos, jogar, ver as horas, assistir vídeos, despertar, passar mensagens, trocar arquivos? Ou para fazer ligações com outras pessoas que estejam em outros telefones? Telefonar, função principal, se tornou a que menos agrega valor ao celular. Uma ironia que mais uma vez revela a inversão de valores que a cultura industrial articula ao incentivar o consumo como forma de alcançar a felicidade.

    Até mesmo as relações mais subjetivas do indivíduo com outros e consigo mesmo são coisificadas. A insistente busca do corpo perfeito mostra isso. Não é só na academia de ginástica que se busca a estética corporal, mas também nas relações amorosas. Busca-se como parceiro, principalmente das relações mais perecíveis que para muitos são as mais importantes, quem tem o corpo mais perfeitamente enquadrado nos padrões de beleza da cultura industrializada. Esbelta, silhueta contornada, seios e quadris salientes são as características que se desejar consumir no mercado sexual contemporâneo. Por isso, a conquista destas características significa a possível conquista do outro. Não só todo um setor da economia dos produtos light, de emagrecimento e de exercícios físicos é movimentado, mas a idéia de que com a parceira ou parceiro do corpo perfeito vai encontrar-se felicidade no amor. Seria esse o critério principal? Ou o principal mais uma vez foi trocado pelo acessório?

    Outra característica desnorteada da sociedade de consumo é a importância do lúdico. A realização plena se tornou fuga da realidade. Como ser feliz nesta vida fugindo desta própria? Mas é essa contraditória conjugação que leva os indivíduos encontrar nas festas, passeios, novelas, filmes, músicas, entorpecentes, os raros momentos de felicidade. A catarse tornou-se única possibilidade de realização. Só fugindo desta vida estressante, conflituosa, traumatizante se pode ser feliz. O lúdico é a saída. Trabalha-se seis dias da semana para simplesmente poder ter condições de desfrutar um sábado nas festas, um domingo nas praias e banhos e feriados em viagens. E quanto mais se desfruta mais traumatizado pode tornar-se e acabar mais viciado neste processo catártico. Assim também mostra Max Horkeheimer:
“Divertir-se significa que não devemos pensar, que devemos esquecer a dor, mesmo onde ela se mostra. Na sua base do divertimento, planta-se a impotência. É, de fato, fuga, mas não, como pretende, fuga da realidade perversa, mas sim do último grão de resistência que a realidade ainda pode haver deixado” (LIMA, 1990, pág. 182).

    Como então conseguir esta miraculosa associação de valores que, por vezes, são contraditórios? Como convencer que felicidade na vida é fugir desta? Que os acessórios do produto são mais importantes do que o principal? Que os objetos sem utilidade têm valor? Que o critério das relações sexuais é o consumo do corpo perfeito? Que a realização plena, que é também subjetiva, está no consumo objetivo de materiais? Baudrillard é enfático: "a publicidade constitui um dos pontos estratégicos de semelhante processo" (BAUDRILLARD, 1995, pág. 134). Para ele, esta e o jornalismo se tornaram atividades míticas essenciais para orquestrar a sociedade de consumo.

    A associação não falsa e, ao mesmo tempo, não verdadeira entre produto e felicidade é mítica como a supra-realidade da arte. Os publicitários não mentem, mas realizam relações absurdas, possíveis de acontecer tão somente na ficção. Os produtos de consumo estão associados aos prazeres de, por exemplo, pertencer a um grupo social, de ter um (a) parceiro (a) sexual, de degustar um alimento, de enfrentar o medo ou de aliviar o estresse. Bebendo a cerveja boa, você estará acompanhado de mulheres boas - assim a bebida é associada ao prazer sexual. Comprando celular de última geração, você ficará por dentro da moda tecnológica - assim o aparelho é associado à inclusão social. Tendo um ar condicionado de uma determinada marca, você sentirá o mesmo prazer de degustar uma cerveja estupidamente gelada, desta forma, o apelo é para a alimentação. Viajando à capital dos esportes radicais, você sentirá o gosto da adrenalina - assim resgatese o instinto do medo. Passando o final de semana no parque aquático, você alivia todas suas tensões - desta maneira, realiza-se a catarse.

    A publicidade, através das propagandas e das notícias publicitárias, realiza uma relação sutil e indireta entre o consumo, o prazer e a felicidade. Não se promete alcançar coisa alguma através dos produtos - porque até mesmo se poderia caracterizar como delito de propaganda enganosa -, mas se mostra que pessoas que alcançaram a realização e satisfação plena quando consomem ou simplesmente são felizes (independente de qualquer relação com o consumo) no momento que estão consumindo. Não se produz um anúncio de um carro prometendo que, com este, irá conquistar parceiros, mas se mostra alguém que enche o veículo de lindas mulheres quando trafega numa estrada deserta no filme da publicidade de um carro. Não se vende um leite condensado prometendo que este irá tornar as famílias felizes, mas se mostra tão só famílias felizes quando o provam nos reclames.

    O que importa não é acreditar ou não nos produtos como lembra Baudrillard:

"Sem acreditar neste produto, acredito, porém, na publicidade que me deseja fazer crer. É estória do Papai Noel: as crianças não mais perguntam sobre sua existência e não relacionam esta existência com os presentes que recebem como se se tratasse de um jogo de causa e efeito. A crença no Papai Noel é uma fabulação racionalizada (...). O Papai Noel em tudo isso não tem importância e a criança nele só acredita porque no fundo não tem importância” (LIMA, 1990, pág. 294)

    A sedução da cultura industrial tenta tornar o consumidor seu refém. “Ele não é o rei!” (CONH, 1997, pág. 172), como afirma Theodor Adorno. A tradicional lei da oferta e da procura já não depende tão somente do gosto dos consumidores porque quem tenta criar novas necessidades é a cultura industrial. A mágica associação entre prazer, felicidade e consumo procura transformar novidades tecnológicas em algo indispensável para a vida das pessoas. Como tornar o liquidificador num objeto de primeira necessidade em quase todas as cozinhas do mundo inteiro? Como vender uma nova tecnologia como algo indispensável para a vida de quem nunca a possuiu? Este é o jogo de sedução da cultura industrial que tira do consumidor quase todos seus poderes de demandar os produtos do mercado.

    A incessante decepção de encontrar a felicidade no consumo leva a indústria sempre produzir lançamentos para trocar a insatisfação por uma nova necessidade. Como fabricar constantemente novidades, principalmente na cultura industrializada, correndo o mínimo risco de fracasso econômico? A saída é a reciclagem cultural. O novo passa ser nada mais do que o velho numa nova versão. Assim, comprovam as versões de músicas. Composições consagradas das décadas de 70 e 80 estão hoje sendo remixadas. A moda faz um constante apelo para os hábitos retrôs das décadas de 60 e 70. As calças boca de sino da Era Disco vem e voltam com novas roupagens nas coleções. O estilo hip, hora por outra, volta a ser influência da primavera ou do verão. Os remakers são um apelo constante da indústria cinematográfica e televisiva. Todavia, a reciclagem cultural não acontece só quando se retorna ao passado. As fórmulas de sucesso da Industria da Cultura são manjadas. Filme ou novela com final feliz, balada com refrão forte, repetitivo e envolvente (do tipo iê, iê, iê) aparecem constantemente no topo do mais consumido.

    Será que as fórmulas prontas só servem de segurança para o sucesso? Ou será que servem também para tornar o consumo mais fácil? Na cultura industrial, pensar muito não é a regra. Por vezes, quando menos intelectualizado o consumidor mais fácil seu convencimento. Por isso, conhecimento é sinônimo de enciclopedismo. Tudo se responde nada se explica, como nos programas de tv e rádio de perguntas e resposta, nos softwares de computadores pessoais, como nos vestibulares de questões objetivas.

    O que fazer diante desta realidade? Tentar tirar proveito tentando colocar-se no topo da manipulação? Ou lamentar a derrota já consolida dos verdadeiros valores humanísticos? Umberto Eco chama estas duas posições, respectivamente, de integrados e apocalípticos. Os primeiros vibram e deslumbram com a evolução tecnológica às vezes de maneira até etnocêntrica. Os segundos não vêem saída para este mundo desde quando o projeto do Iluminismo foi usurpado, na Revolução Francesa, pela burguesia e o do Socialismo, no stanlinismo, pela tecnocracia. Para eles, não há mais o que fazer além de esperar do fim do mundo.

    Indo além dos apocalípticos e integrados, como pensar as possibilidades de construir um mundo alicerçado em relações que emancipem os sujeitos sociais? Uma primeira reflexão: será que a vida dos indivíduos está resumida ao consumismo da cultura industrial? Jürgen Habermas defende o mundo vivido como o verdadeiro espaço onde se tecem as relações sociais, resolvem-se os problemas mais imediatos e se revela a racionalidade. É, no cotidiano, que o homem transforma seu meio atribuindo significados, através do trabalho. Conhece a realidade, através da linguagem. E relaciona-se com os outros, através da ação comunicativa. São estas então as três demonstrações da racionalidade que se pensa ter perdido na Revolução Francesa ou se imagina está resumida às novidades tecnológicas. Emancipar no mundo vivido significa transformar as ações ordinárias e instrumentais em ações argumentativas e, desta forma, mobilizadas. Conhecer é ir, além do aprendizado. É um processo que, através dos constantes erros e acertos, pode transformar a realidade.

Autor: Ismar Capistrano Costa Filho. Jornalista e professor de ensino superior, bacharel em Comunicação pela UFC, especialista em Docência do Ensino Superior pela UCAM e mestrando em Comunicação pela UFPe. Este artigo foi publicado na Revista Lectura, no3. Fortaleza: Ed. Evolutivo, 2005, ISSN 1806-5503

segunda-feira, 16 de janeiro de 2012

O medidor da felicidade

De acordo com Baudrillard (Sociedade de Consumo), a felicidade atual precisa ser mensurável, precisa de signos, bens de consumo que representem o bem-estar, a felicidade verificada em objetos para seus donos, e o mais importante: que esteja fora de alcance de alguns, e quanto mais fora do alcance da maioria melhor... mais felicidade e sentimento de conquista ao dono do signo.

O moderno discurso messiânico

 O discurso de Dennis Bagley, no filme como fazer carreira em publicidade, dominado pela vitóriosa espinha/cabeça neoliberal: o modelo dos atuais discursos messiânicos das novas ondas tecnológicas, publicitárias e capitalistas:

     O mundo é um shopping, se não tem preço não tem importância. Não há liberdade maior do que a liberdade de escolha. Fui educado nisso e também você será. Você não quer liberdade? Não quis sempre estradas? Deus, nunca mais andarei de trem enquanto estiver vivo. Estradas representam o direito fundamental do homem de ter acesso às boas coisas da vida. Sem estradas não haveria mais detergentes, leite longa vida, aerosóis (...) Jesus Cristo, não haveria mais carros, as pessoas amam carros e têm o direito disso se trabalham duro durante todo o dia. Têm direito às inovações tecnológicas. Como ousam querer tirar isso das pessoas. Por cristo, enquanto tiver ar no meu corpo, terão tudo isso, terão o maior, o resplandecente, o melhor. Por Deus, eu farei e não pararei até Jerusalém ser erguida aqui na verde e agradável Inglaterra!

Ser Humanos

A questão agora é como podemos ser humanos perante a ascensão incontrolável da tecnologia.

Jean Baudrillard

quinta-feira, 12 de janeiro de 2012

Hiper-Realidade

Os objetos de consumo como Nike Shox etc, tem um signo de valor que significa que eles indicam algo sobre o seu proprietário como gostos, estilo de vida etc. Como uma coroa é o significante para dar o significado de que ele é o rei. Isso é hiper-realidade. Porém na realidade a coroa por ela mesma é destituida de significado.

Foi o mesmo que aconteceu com o Bezerro de Ouro que era um signo sem significado nenhum e os hebreus deram a ele o significado de um Deus.

Parece contraditório um objeto de ouro não ter valor nem significado. Mas o próprio ouro é um signo que as pessoas atribuem significado de valor. Pois o ouro no contexto dessa hiper-realidade vale muito mais do que a comida e a água. Mas na realidade se acabar a água e os alimentos por causa do aquecimento global, por exemplo, nós não poderemos beber nem comer o ouro e então morreremos de cede e fome.

O que faz sentido

Para descobrir um sentido, temos de  discutir tudo o que não faz sentido.

Estamos rodeados por objetos que são atrativos, que são eficazes, etc... mas que não fazem sentido.

Mas por outro lado, uma obra de arte tem um sentido, muitos sentidos ou provoca em min um sentimento, uma emoção que dá sentido a vida, coisa que o produto tecnológico não faz.

E por outro lado temos a obrigação de redescobrir a verdade fundamental, coisa que a tecnologia não faz. Podemos chamá-la de valores, de valores importantes, essenciais, para que o homem prove que a vida vale a pena.

Jaques Ellul - A Traição pela Tecnologia.

quarta-feira, 11 de janeiro de 2012

Imodestos e Frugais

Não viva para que a sua presença seja notada, mas para que a sua falta seja sentida. - Bob Marley

terça-feira, 10 de janeiro de 2012

A ilusão de todos nós

Observando o mundo hoje e como as pessoas tem vivido, não consigo, ou me esforço muito para encontrar uma, apenas uma pessoa que se possa dizer com todas as palavras: está ai um seguidor de Jesus Cristo. Diferentemente disso o que existe são pessoas que vão a igreja todo o domingo, pagam rigorosamente em dia o dízimo, possuem aquele comportamento totalmente condicionado e esperado, as mesmas opiniões conservadoras de sempre, desaprovam o homossexualismo e o sexo fora do casamento, e todas as outras regras ditas "cristas", mas fora esses regulamentos que possuem aparência de sabedoria com sua pretensa religiosidade, falsa humildade e rígida disciplina para com o corpo (Colossenses 2:23) não realizam qualquer diferença positiva no mundo.

Vejo esses ditos seguidores de cristo com dois ou mais carros na garagem, morando em mansões, vivendo às custas do suor de seus empregados e que vêem seu próximo passando fome e morando nas ruas e não fazem nada, mas tem a sincera ilusão de que a sua rigorosa frequência em sua agremiação religiosa e a crença em determinadas doutrinas os torna, de alguma forma milagrosa, seguidores do Nazareno.

Falo isso sobre os outros, mas principalmente sobre min mesmo. É por isso que não ouso dizer que de alguma forma sou parecido ou sigo os passos do Filho do Homem, seria uma blasfemia. E aconselho isso também a todos os outros que se acham cristãos: analisem sem preconceintos as palavras de Jesus, reflitam em como tem vivido as suas vidas, e se a cada mil podermos encontrar um que realmente segue Seus ensinos então já será um milagre.

Todos somos mentirosos, mas sejamos o mínimo decentes possível e vamos deixar de macular o legado e a pessoa de Jesus Cristo. Não exijo que ninguem largue tudo o que tem para viver em amor ao próximo, que abandone seu ego e suas vontades para fazer a vontade de seu próximo, que pense primeiro no outro ao invés de si, mas por tudo que é mais sagrado: não vamos nos autodenominar cristãos, é o minimo que podemos fazer.

quinta-feira, 5 de janeiro de 2012

A melhor conversa de toda história de todos os tempos nos filmes



- Não consigo fazer isso, Sam.

- Eu sei. Isso não é justo. Na verdade, nem devíamos estar aqui. Mas estamos. É como nas grandes histórias, Sr. Frodo.

As que tinham mesmo importância. Eram repletas de escuridão e perigo. E, às vezes, você não queria saber o fim... porque como podiam ter um final feliz?

Como podia o mundo voltar a ser o que era... depois de tanto mal?

Mas, no fim, é só uma coisa passageira... essa sombra. Até a escuridão tem de passar. Um novo dia virá. E, quando o sol brilhar, brilhará ainda mais forte.

Eram essas as histórias que ficavam na lembrança... que significavam algo. Mesmo que você fosse pequeno demais para entender por quê.

Mas acho, Sr. Frodo, que eu entendo, sim. Agora eu sei.

As pessoas dessas histórias... tinham várias oportunidades de voltar atrás, mas não voltavam. Elas seguiam em frente... porque tinham no que se agarrar.

- E em que nós nos agarramos, Sam?

- No bem que existe neste mundo, Sr. Frodo... pelo qual vale a pena lutar.


quarta-feira, 4 de janeiro de 2012

Debates x Vivência

Eu discutindo com as pessoas sobre a abragência (ou não) da graça, se o cristão pode ou não praticar A ou B comportamento, apontando os enganos das outras religiões ou das vertentes cristãs, tentando decifrar Jesus, tentando entender o que Ele tinha a dizer e por ai a fora, enquanto meu avô, espirita, oferecendo remédios, roupas, comida, consolo, amor, passes, entre outros, entra mais cedo no reino do céus do que qualquer cristão mais assíduo em suas tarefas e presença na igreja que eu ja tenha conhecido... alem de min, of course.