sexta-feira, 2 de outubro de 2009

Relativismo Pós-Moderno: Um Absurdo.



 “Estamos espiritualmente famintos e interiormente vazios”, afirmou certo filósofo ao discursar sobre os valores morais. A sociedade pós-moderna serva um vasto cardápio de teorias, mas o homem continua à procura de valores morais absolutos pelos quais possa viver. Um panteão de divindades é oferecido ao homem pós-industrial, mas ele ainda anseia pelo Deus verdadeiro. O que mais urge na nossa sociedade, presa aos tentáculos do relativismo, são valores e verdades absolutas que restituam ao homem a sua dignidade primária, tão presente na sua génese divina.

Definição e classificação

   O relativismo é a teoria que nega a existência de qualquer teoria, regra, moral, ética ou qualquer outro tipo de verdade que assuma para si o postulado de absoluto e inequívoco. Na filosofia aristotélica, eram relativas as coisas cujo ser depende de outras. O relativo opunha-se ao absoluto, isto é, que existe por si mesmo. Absoluto, portanto, é a Causa sem causa, enquanto o relativo é uma consequência proveniente de uma causa e que depende dela para ser explicada. O absoluto é auto-suficiente, enquanto o relativo, não. O absoluto corresponde à existência de Deus e o relativo aos seres criados.

O relativismo assume diversas categorias e classificações. Entre elas destacamos:

1) Relativismo cognitivo

   Segundo o relativismo do conhecimento, toda a opinião é justificável em razão de suas respectivas evidências. Não existe qualquer questão objectiva da qual um conjunto de normas deva ser aceite. O ateu, por exemplo, estaria certo ao negar a existência de Deus, mas o cristão também, ao afirmar que Deus existe. Porém, uma afirmação nega a outra. Uma está correcta enquanto a outra está equivocada. Uma atesta de acordo com a verdade, enquanto a outra segundo a mentira. o relativismo, por conseguinte, é contraditório. De acordo com essa corrente, todas as formas de conhecimento são relativas ao mesmo tempo em que não explicam toda a realidade ou verdade, mas delas apenas possuem lampejos. Leia o que a Bíblia assevera nos textos de Números 23:19, Salmos 138:2, Isaías 8:1,

2Coríntios 13:8 e 2Tessalonicenses 2:12.

2) Relativismo moral

   O relativismo moral baseia-se no conceito de que os valores morais variam de cultura a cultura. Por conseguinte não é possível determinar o que é certo ou errado moralmente, pois esse conceito seria variável de acordo com os povos. Esse posicionamento também é chamado de situacionismo. Todavia, duas pessoas de culturas diferentes podem discordar se uma atitude é certa ou errada, mas ambos possuem um conhecimento absoluto do que é bom ou mau. Logo, é óbvio que em cada homem há a noção do que é bom ou mau, embora apliquem essa verdade de modo diferente. A noção de bem e mal, e bom ou mau, pode variar, mas não a existência destes. Nenhum deles, conscientemente, dirá que o bem é mal e que o mal é bem.

   O relativismo moral, portanto, crê que a verdade, a ética e a moral possuem um carácter particular e circunstancial. Isto quer dizer que aquilo que é verdade, ético ou moral para o cristão pode não ser verdadeiro, ético ou moral para outra pessoa. E aquilo que é verdadeiro, ético ou moral numa circunstância talvez não seja verdadeiro, ético ou moral noutra. Tudo depende das pessoas e das circunstâncias em que estão. Não existe, de acordo com esse pensamento mundano, normas, verdades ou moral que sirvam para todas as pessoas em todos os lugares. O que é certo para você talvez não seja certo para outra pessoa, mas nem por isso os dois estão certos ou errados, mas a verdade depende do ponto de vista de cada um!

   Já parou para pensar nos problemas éticos, religiosos e morais do relativismo moral? Muitas práticas imorais condenáveis pela Bíblia são justificadas com base nesses argumentos, pois para os adeptos dele o indivíduo deve viver como bem entender, de acordo com a sua ética e verdade particulares. Assim sendo, para o relativismo moral, a orientação sexual de uma pessoa, por exemplo, é um assunto individual, fundamentado na moral do homem pecador. Facilmente se percebe dos perigos desse pensamento humano e o modo como contraria os fundamentos éticos e morais das Sagradas Escrituras.

  Em razão de o relativismo moral afirmar que não existem normas morais universais, ele torna a verdade bíblica relativa ou subjectiva. A Bíblia, por exemplo, poderia ser interpretada de diversas formas. Assim como são diferentes as pessoas, também é diferente a interpretação que cada uma delas dá do texto bíblico. Logo, a verdade não está na Bíblia, mas na interpretação do leitor. Segundo os leitores relativistas, a Bíblia diz coisas diferentes para pessoas diferentes. Dessa forma, nunca saberemos de facto o que a Bíblia diz. Entretanto, a interpretação da Escritura não é de particular interpretação (2Pedro 1:20).

   Um outro problema é que o relativismo impossibilita qualquer discussão do que é certo ou errado. Uma vez que não podemos chegar a uma conclusão concernente ao que seja certo ou errado, todas as opiniões, discussões, teorias e religiões, mesmo se contradizendo umas às outras, estarão correctas. Isso gera um caos! Ninguém está errado, todos estão correctos. Imagine a confusão! Na prática, o relativismo moral não funciona, mas os relativistas utilizam-se desses falsos argumentos a fim de justificarem os seus pecados morais: “Eles dizem que são sábios, mas são tolos”, afirma a Bíblia (Romanos 1:22).

Valores Absolutos

   Os princípios e valores cristãos são opostos às normas e valores do mundo. Em primeiro lugar, porque nós, cristãos, cremos na existência de um só Deus, cujas leis regem não apenas o Universo, mas as nossas vidas, planos e vontade. A cultura mundana, no entanto, nega a existência de Deus ou então vive como se Deus não existisse (Salmos 14; 53).

   Os valores cristãos possuem, pelo menos, três características principais. São universais, absolutos e imutáveis, pois procedem da vontade do Deus Pessoal, Absoluto, Imutável e Universal.

a) Universal

   Os valores cristãos são universais em função de estarem fundamentados na moral divina. Nosso Deus é um ser moral. Os atributos divinos atestam que o Senhor é santo (Lv.11:44 e 1Sm.2:2), justo (2Cr.12:6 e Ed.9:15), bom (Sl.25:8;54:6) e verdadeiro (Jr.10:10 e Jo.3:33). Portanto, Ele é o padrão moral daquilo que é santo – oposto ao pecado -, daquilo que é justo – oposto à injustiça -, daquilo que é bom – oposto daquilo que é mau -, e daquilo que é verdadeiro – oposto à mentira. Tudo o que é puro, justo, bom e verdadeiro tem a sua origem no carácter moral de Deus. Logo, os valores morais são universais porque procedem de um Legislador Moral universal.

b) Absoluto

   É aquilo que não depende de outra coisa, mas existe por si mesmo. Os valores cristãos são absolutos porque procedem de um Deus pessoal que não depende de qualquer outro ser para existir. Ele é eterno (Dt.33:27 e Sl.10:16), existe por si mesmo (Êx.3:14) e tem a vida em si mesmo (Jo.5:26). Deus também é absoluto porque não está sujeito às épocas (1Tm.1:17; 2Pd.3:8 e Jd.25). Ele governa eternamente o Universo (Sl.45:6; 145:13) e o seu reinado é de justiça (Hb.1:8). Portanto, as leis santas e justas de Deus são absolutas, porque procedem de um legislador Absoluto.

c) Imutável

   É a qualidade daquilo que não muda. Os valores cristãos são imutáveis porque o Senhor Deus é imutável. Ele não muda (1Cr.24:10 e Sl.90:2), é o mesmo em todas as épocas (Hb.13:8 e Tg.1:17). Suas leis se conformam ao seu carácter moral, pois Ele é fiel (2Tm.2:13). Portanto, os valores cristãos são imutáveis porque estão fundamentados no carácter perfeito e imutável de Deus.


Texto extraído da revista “Mensageiro da Paz” de Janeiro de 2008 - Esdras Costa Bentho

Nota: Eis o problema e o absurdo desse relativismo pós-moderno. A sociedade em seu desejo de "liberta-se" e tentar justificar todas as suas ações por mais erradas que possam ser, criam esses sofismas para tentar se justificar. A consequência é fácil de se perceber: jovens crescendo sem ter seus valores bem definidos, famílias desajustadas, violência entre outros. Talvez muitas pessoas não saibam mas é urgente e necessária uma base moral sólida para que o mundo em que vivemos hoje não se torne cada dia pior, apesar de não acreditar que isso vá acontecer.

2 comentários:

  1. Humanidade despertou pra vida a pouco tempo e acha que sua mente tem capacidade de entender Deus!

    Ora existe o Bem e o Mal no mundo, e Deus criou tudo que existe, então papai universo criou Amor e também o Ódio.

    Nós somos os únicos a serem culpados?
    Olhe em volta eu não estou maluco, Satãn é um filho do nosso próprio Deus!
    Tudo isso é tão em vão como essa caçada por sombras e Mal!

    Jesus foi um homem, Com um coração, com uma mente, um corpo, alguem tão divino como a eu e você!

    Deus? Eu não sei de nada que possa provar que ele existe, e não se de nada que possa provar que ele não exista!
    O que eu sei é que cada vez eu me convenço mais e mais que essa busca por pureza vivida por todos que crêem em Deus, seguindo os escritos sagrados como regras absolutas, é tão em Vão quanto ensinar cego a ler!

    Talves não exista verdade absoluta sem Deus, Talves uma verdade absoluta e imutável só exista considerando que o conceito de deus seja verdadeiro também, mas a questão é, quem disse que uma verdade absoluta é necessária?

    Existem pessoas que acham que uma verdade absoluta é necessária, na verdade essas pessoas tem necessidade de crer em uma verdade absoluta par guiá-las por não conseiguirem guiar a si mesmas por seus princípios!

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  2. Porque existe o mal no mundo quer dizer que Deus que criou?

    "Alemanha, Inicio do século XX. Durante uma conferência com vários universitários, um professor da Universidade de Berlim, desafiou os seus alunos com esta pergunta:

    - Deus fez tudo que existe?

    Um estudante respondeu corajosamente:

    - Sim, fez!

    - Deus fez tudo, mesmo?

    - Sim, professor. - respondeu o jovem.

    - Se Deus fez todas as coisas, então Deus fez o mal, pois o mal existe, e considerando-se que nossas acções são um reflexo de nós mesmos, então Deus é mau.

    O estudante calou-se diante de tal resposta e o professor, feliz, se vangloriava de haver provado uma vez mais que a Fé era um mito. Outro estudante levantou sua mão e disse:

    - Posso lhe fazer uma pergunta, professor?

    - Sem dúvida - respondeu o professor.

    - Professor, o frio existe?

    - Mas que pergunta é essa? Claro que existe, você por acaso nunca sentiu frio?

    - Na verdade, professor, o frio não existe. Segundo as leis da Física, o que consideramos frio, na realidade é ausência de calor. Todo corpo ou objecto pode ser estudado quando tem ou transmite energia, mas é o calor e não o frio que faz com que tal corpo tenha ou transmita energia. O zero absoluto é a ausência total e absoluta de calor, todos os corpos ficam inertes, incapazes de reagir, mas o frio não existe. Criamos esse termo para descrever como nos sentimos quando nos falta o calor.

    E continuou o estudante:

    - E a escuridão, existe?

    O professor respondeu:

    - Mas é claro que sim.

    - Novamente o senhor se engana, a escuridão tampouco existe. A escuridão é na verdade a ausência de luz. Podemos estudar a luz, mas a escuridão não. O prisma de Newton decompõe a luz branca nas várias cores de que se compõe, com seus diferentes comprimentos de onda. A escuridão não. Um simples raio de luz rasga as trevas e ilumina a superfície que a luz toca. Como se faz para determinar quão escuro está um determinado local do espaço? Apenas com base na quantidade de luz presente nesse local, não é mesmo? Escuridão é um termo que o homem criou para descrever o que acontece quando não há luz presente.

    Finalmente, o jovem estudante perguntou ao professor:

    - Diga, professor, o mal existe?

    - Claro que existe. Como eu disse no início da aula, vemos roubos, crimes e violência diariamente em todas as partes do mundo, essas coisas são o mal.

    - O mal não existe, professor, ou ao menos não existe por si só. O mal é simplesmente a ausência de Deus. É, como nos casos anteriores, um termo que o homem criou para descrever essa ausência de Deus. Deus não criou o mal. Não é como a Fé ou o Amor, que existem como existe a Luz e o Calor. O mal resulta de que a humanidade não tenha Deus presente em seus corações. É como o frio que surge quando não há calor, ou a escuridão que acontece quando não há luz.

    O professor sentou-se.
    O nome daquele jovem? Albert Einstein."

    Toda a criação é a prova que Deus existe, quer prova maior do que essa? Ou acredita que algo surja do nada? Nada surge do nada.

    Talvez essa busca seja inútil pra quem não quer estar mais próximo de Deus, ou seguir os ensinamentos de Jesus.

    Sobre a pergunta: Porque uma verdade absoluta é necessária?

    Logo estarei fazendo um post inteiro sobre isso.

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