Das muito frutíferas e intensas conversas que tiveram Tolkien e Lewis, uma se destaca como o momento decisivo em seus debates e assinala o ponto em que Lewis passou de agnóstico, a crente. Foi numa noite de Sábado, 19 de setembro de 1931. Após o jantar três amigos saíram para um passeio: Tolkien, Lewis e Hugo Dyson (que também era cristão). A conversa naturalmente voltou-se para o cristianismo. Lewis se entrincheirara em sua visão panteísta de Deus, e por causa disso não podia abraçar o cristianismo ortodoxo, que em essência exige a crença em Cristo e uma firme convicção de que Jesus foi enviado para morrer na cruz pela salvação de nossas almas. Lewis aceitava histórias bíblicas como sendo nada além de mitos. Tolkien declarou ao amigo que um mito necessariamente não se constitui em mentira. Um mito deriva de um núcleo de verdade e descrevem um significado cultural bastante específico. Muito bem, então chame de mito se quiser, mas ele foi criado de fatos reais e inspirado por uma profunda verdade. Nenhum mito é mentira e o mito que está no cerne do cristianismo ofereceu um caminho a seguir para o aspecto não materialista de todo ser humano, uma estrada interior para uma verdade espiritual, mais profunda que aponta para Jesus como Senhor de tudo.
Michael White - TOLKIEN, UMA BIOGRAFIA – Editora Imago
Michael White - TOLKIEN, UMA BIOGRAFIA – Editora Imago
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